Cultura: segundo as aulas de antropologia, a
cultura é uma representação social, comum a um grupo de pessoas que
compartilham a mesma história, o modo de analisar a realidade, a mesma forma de
comunicação. E por ser inerente ao ser humano, como este é passível de
mudanças, a cultura é algo em constante transformação.
Na última publicação apresentei um questionamento
que me fiz nos últimos dias sobre a definição de “deficiência”. No entanto,
outro tema me intrigou também, a questão sobre a “cultura surda”.
No texto, Quebra de paradigmas [2] – A diversidade dentre os diferentes,
publicado aqui no blog, abordei os diferentes tipos de pessoas com surdez que
existem, questionando o uso generalizado do termo “surdo”. Como citado,
considera-se surdo àquela pessoa que utiliza a língua de sinais como meio de
comunicação E se vê fazendo parte de uma cultura surda. E esta, por sua vez,
tem na língua de sinais o elemento identificador. E o deficiente auditivo, é
quem nega o uso da língua de sinais e é defensor do uso de aparelhos
amplificadores e de implante coclear.
Li um artigo, não o encontrei novamente para referenciá-lo, que
questionava a “cultura surda”, e nele, o autor afirma que as minorias
utilizam-se da própria “diferença” como uma forma de levantar a auto-estima,
agregando-se os diferentes, tornando a diferença algo “normal”. E com isso,
criam preconceitos contra quem não possui o elemento que os tornam semelhantes,
no caso a surdez e o uso da língua de sinais, para aumenta a sua
representatividade. Para mim fez sentido esta ideia, porém me pareceu um
paradoxo o fato de o combate ao preconceito gerar mais preconceito. Se o uso da
língua de sinais é que torna o surdo um Surdo – membro de uma cultura surda - me
questionei e perguntei ao meu amigo: e se a pessoa se vê como surda, mas por
alguma razão não faz uso de Libras, ou ela faz o uso da Libras e possui IC e se
vê como Surda? Ela será excluída pelos Surdos? O posicionamento do Davi, meu amigo, foi
bastante interessante e sensato: “cultura surda é toda uma FORMA DO SUJEITO SURDO SE RELACIONAR COM O
MUNDO [...] acho que é mais participar de um mundo visual.”
Ainda bem que a cultura está em constante
movimento, então pode ser que a cultura surda seja mais flexível com o passar
do tempo.
Não nego a existência da cultura surda, afinal de
contas, há uma história surda, há uma forma semelhante de comunicação entre os
surdos, e o modo de perceber o mundo é semelhante. No entanto, acredito que o
que precisa mudar os “critérios” para se definir se uma pessoa é Surda
ou não.
E você, leitor? O que acha sobre isso? Existe uma cultura surda? Como defini-la?
Gostei da sua parte!!! o/
ResponderExcluirAchei a postagem bem interessante,porém tem alguns erros na parte da cultura surda.
ResponderExcluirO que é cultura surda?
Mas está muito bom,sucessos Renato.
Morais, primeiro obrigado por acessar o blog e contribuir com o seu comentário. Porém quais seriam os erros? Então, foi essa questão que quis levantar, o que é a cultura surda? No início aprendi que era um conjunto de semelhanças entre as pessoas com surdez, sendo o principal elemento a língua de sinais. Porém, acho que não é isso que deve classificar uma pessoa como integrante da cultura surda, mas o modo como ela se vê e vê o mundo. Não concorda com isso?
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