25 de fevereiro de 2014

E Não É Que Um Dia? O encontro da médica com o paciente surdo.

Marina Guimarães. Foto cedida pela autora.
Marina Guimarães é Médica de Família e Comunidade na cidade de Juiz de Fora, MG. Ela foi uma das cursistas do curso de extensão de Libras, que foi oferecido na UFJF no ano de 2013. Alguns meses depois, recentemente, ela teve a experiência de atender um garoto surdo. Então, ela, gentilmente, aceitou em compartilhar a experiência dela com você. Ela compara com essa experiência com outra, da época em que era acadêmica de medicina. Leia e deixe seu comentário a seguir:

Veja também:


20 de janeiro de 2014

Diagnóstico médico: Considerada inapta para ser professora por ser surda.

Tatiane M. da Cruz. Foto do seu arquivo pessoal.


Tatiane Monteiro da Cruz, 27 anos, é casada e mora em São Paulo (SP). Ela ficou surda aos 5 anos, devido ao uso de antibióticos fortes para tratar uma infecção no ouvido. Como ela já falava, o desenvolvimento da fala com a fonoaudióloga foi tranquilo.  Ela é formada em Letras-Libras pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e está cursando o último semestre de sua especialização em Neurociência, na qual ela estuda as deficiências de um ponto de vista neurobiológico. Tatiane trabalha como professora de crianças surdas em uma escola municipal da cidade de Guarulhos (SP) e também é tutora em EAD na Universidade Anhembi Morumbi, em SP.


Eu a conheci através de uma publicação em que ela relatou um fato ocorrido durante uma consulta médica. Entrei em contato com ela, então, solicitando permissão para compartilhar, aqui no blog, essa história e ela, simpaticamente, o fez.


Tatiane passou em um concurso público para ministrar, para alunos surdos, a disciplina Educação Especial, mas foi considerada inapta, por um médico, pelo fato de ser SURDA:

9 de janeiro de 2014

A falsa crença no padrão levando à morte de um jovem surdo

Muitos pensam que a vida é assim...
Lamentável começar o ano com uma publicação dessa, mas é um fato que precisa ser divulgado para levantar reflexões. 


A notícia retirada do site G1, diz que, “Deficiente auditivo é morto pela PM durante abordagem em Cuiabá”. Teria esse garoto cometido algum crime? Não! Ele não teria atendido a ordem dos policiais de parar e levantar as mãos, pelo simples fato de ser surdo. Logo, a reação dos policiais foi de atirar no jovem para imobilizá-lo.


Segundo o site:
“De acordo com o delegado Geraldo Gezoni Filho, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP), a PM recebeu a informação pelo Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) de que havia um homem armado transitando entre as regiões do Bairro Alvorada e da Avenida República do Líbano.

10 de dezembro de 2013

Be a dreamer: vale a pena?!

Muitas vezes me pergunto se vale a pena ser um “dreamer” num mundo onde a competição, o lucro e o sucesso a qualquer custo movem a sociedade.

Me pergunto se vale a pena perder fios de cabelo ouvindo ideias que vão contra os meus princípios.


Me pergunto se vale a pena gastar energias tentando defender os meus ideias enquanto as pessoas a minha a volta se preocupam somente com o seu bem estar. Como podem?!



Sempre que me faço essas perguntas, chego a conclusão de que a minha vida não valeria a pena se eu a pensasse objetivando somente o meu bem estar. 



Ser um sonhador vale a pena! 


E o que seria do mundo se não fossem os utópicos sonhadores?!


2 de dezembro de 2013

Glossário Bilíngue - Amamentação em Libras. Vale a pena conferir!


A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a segundo língua oficial do Brasil desde o ano de 2002 com a promulgação da Lei 10436. E esse reconhecimento fortaleceu a luta pela sua divulgação e disseminação do seu uso. Bem como permitiu o despertar da consciência de muitas pessoas em relação a sua necessidade para a promoção efetiva de acessibilidade aos surdos em todos os aspectos. E a entrada dos surdos em diversas áreas da sociedade favorecerá o desenvolvimento da língua, com a criação/ surgimento de novos sinais, uma vez que em áreas técnicas como Saúde, Química, Biologia, Advocacia, dentre outras, há uma escassez de sinais específicos. Uma vez que as palavras surgem da necessidade de comunicação. Como os surdos não frequentavam esses espaços, não havia tal necessidade.

19 de novembro de 2013

Discutindo o acesso à saúde da pessoa com surdez - 3º ComSaúde

Há dois anos entrei para o projeto “Libras e Saúde: acessibilidade no atendimento clínico” e, desde então, venho estudando a respeito da acessibilidade à saúde pelas pessoas com surdez, mais específico das pessoas surdas. Vi nessa temática mais uma das muitas pautas que envolvem questões de Saúde Coletiva e sobre o SUS, especificamente quando pensamos no acesso universal preconizado pela lei. No entanto, nesse período não encontrei, até hoje, espaços de debates e trocas de experiências.

Aconteceu hoje, o segundo dia do seminário 3º ComSaúde, na Universidade de Brasília (UnB). E a primeira mesa da tarde foi intitulada “Acessibilidade e atenção ao surdo no contexto da saúde” – eu não podia perder essa oportunidade. A mesa foi composta por uma mãe de surda, dois profissionais intérpretes – sendo um deles estudante de Saúde Coletiva da UnB – e uma surda. Achei interessante essa proposta, pois permitiu aos participantes ouvirem depoimentos por diferentes ângulos em relação à acessibilidade do surdo na saúde: a mãe ouvinte, que enfrentou as dificuldades de encarar a surdez num primeiro momento; os profissionais intérpretes, que vivenciaram situações complicadas, até mesmo constrangedoras, durante consultas médicas; e uma surda, mão de filho ouvinte, usuária do sistema de saúde.

18 de outubro de 2013

A surdez na mídia: cuidado com o que dizem por aí.

Há dois dias atrás, um programa de televisão exibiu uma reportagem cuja chamada era “Homem que nasceu surdo consegue falar em três línguas, toca piano e faz doutorado”. Por mais que possa haver uma boa intenção com a matéria, é preciso tomar cuidado com o que se ouve. 

Primeiramente quero chamar a atenção para o tom de paternalismo que perpassa por toda a matéria. Com certeza as conquistas de Armando devem ser comemoradas, porém é preciso compreender que os surdos são capazes de realizar o que eles quiserem, bastando, para isso, o livre acesso a língua de sinais. O que eles precisam é de oportunidades e conscientização da sociedade.

Outra questão que quero chamar a atenção de você leitor é quando a reporte diz “Mãos que ouvem”. Essa expressão me parece ser mais uma forma de tentar aproximar o surdo dos ouvintes. Tentado dar a ele um atributo que é tido como “norma”,