Há dois anos entrei para o projeto “Libras e Saúde: acessibilidade no atendimento clínico” e, desde então, venho estudando a respeito da acessibilidade à saúde pelas pessoas com surdez, mais específico das pessoas surdas. Vi nessa temática mais uma das muitas pautas que envolvem questões de Saúde Coletiva e sobre o SUS, especificamente quando pensamos no acesso universal preconizado pela lei. No entanto, nesse período não encontrei, até hoje, espaços de debates e trocas de experiências.
Aconteceu hoje, o segundo dia do seminário 3º ComSaúde, na Universidade de Brasília (UnB). E a primeira mesa da tarde foi intitulada “Acessibilidade e atenção ao surdo no contexto da saúde” – eu não podia perder essa oportunidade. A mesa foi composta por uma mãe de surda, dois profissionais intérpretes – sendo um deles estudante de Saúde Coletiva da UnB – e uma surda. Achei interessante essa proposta, pois permitiu aos participantes ouvirem depoimentos por diferentes ângulos em relação à acessibilidade do surdo na saúde: a mãe ouvinte, que enfrentou as dificuldades de encarar a surdez num primeiro momento; os profissionais intérpretes, que vivenciaram situações complicadas, até mesmo constrangedoras, durante consultas médicas; e uma surda, mão de filho ouvinte, usuária do sistema de saúde.