15 de junho de 2012

"Mulheres surdas tem 1,5 vezes mais chances de ser vítima de assédio sexual, agressão sexual, abuso psicológico e abuso físico do que as ouvintes."


Fonte: Google.

Fico muito feliz quando encontro notícias que demonstram que existem pessoas preocupadas em melhorar a acessibilidade do cidadão surdo. Eles têm todo o direito à saúde, educação, lazer e, também, à segurança.

Na cidade de Guarulhos, SP, os policiais estão sendo formados em um curso básico de Libras (veja o vídeo). Este faz parte da formação obrigatória da guarda municipal. Segundo a professora do curso, eles aprendem o básico da Libras e o vocabulário básico específica da área da guarda municipal. E o mais legal,  tratam também da legislação sobre os Direitos Humanos. E para que o surdo saiba se o policial é capacitado em Libras, este usará na farda um breve de identificação.

É extremamente importante essa iniciativa,e entenda o porquê.  Uma revisão da literatura sobre violência doméstica  contra a mulher surda, nos traz informações alarmantes.
É comprovado que, em relação as mulheres ouvintes,  as mulheres com surdez estão muito mais susceptíveis e sofrem muito mais agressões. Segundo a revisão, o trabalho de McQuiller Williams e Porter (2010) relatou que tanto os homens quanto as mulheres surdas tem  1,5 vezes mais chances de ser vítima de assédio sexual, agressão sexual, abuso psicológico e abuso físico do que as ouvintes.  Já o estudo realizado pela Francavillo (2009) feito com 360 estudantes surdos, apound  ANDERSON at all, mostrou os seguintes dados:
  • 48% dos entrevistados tinham experimentado carícias indesejadas, beijo, toque ou esfregar suas áreas íntimas
  • 28%  tiveram algumas de suas roupas retiradas sem consentimento.
  • relataram ter vários atos sexuais não consensuais: o sexo oral (22%), relação sexual vaginal (195), e anal (13%), em adição ao sexo
  • relataram ter tido tentativa sem consentimento: oral (27%), relação sexual vaginal (18%), e sexo anal (14%).
  • 20% admitiu já ter sido estuprada.

Outro número bastante impressionante, aind de acordo com a mesma revisão bibliográfica, 61% de surdos universitários do sexo feminino experimentou um incidente de coerção sexual de seus parceiros no ano passado, em comparação com 27,8% de estudantes ouvintes do sexo feminino (apound Sabina & Straus, 2008).

Acredita-se que estes índices maiores em relação a mulher surda deve-se, entre outros fatores, à falta de serviços de atendimento voltados para os surdos. Por isso, atitudes como a da polícia da cidade de Guarulhos são extremamente importantes.

E para finalizar, assista ao vídeo que explica sobre o Serviço de Mensagens via Celular (SMS) em situações de Emergência para o surdo, criado pela polícia de São Paulo. (Vídeo em Libras com legenda e tradução simultânea).


Espero que outros estados sigam o exemplo de São Paulo e implantem sistemas de emergências semelhantes a este e possam ajudar os surdos vítimas de violência!


REFERÊNCIA:

ANDERSON, ML; LEIGH,  IW; SAMAR, VJ. Intimate partner violence against Deaf women: A review. Aggression and Violent Behavior 16 (2011) 200–206.

2 comentários:

  1. Tem sim DF 100% ajudar totalmente emergência,pm,pc,bombeiros e outros,Vou lutar também SC e RS.Aguarde breve.Abraços todos

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