No dia 22 de março tive mais uma
experiência nova em relação a surdez: fiz entrevistas médicas em língua de
sinais com pacientes surdos.
· Entrevista médica
· Aferição de glicose
· Cálculo do IMC
· Exame de acuidade visual
· Aferimento da pressão arterial
· Orientações finais
A proposta era usar exclusivamente a língua de sinais como meio de comunicação. Era expressamente proibido usar o português, mesmo com aquelas pessoas que eram oralisadas. Desta forma tivemos a oportunidade de colocar em prática o que aprendemos e oferecemos aos surdos presentes a chance de serem atendidos usando a Libras.
Quais foram os resultados?
Na Universidade Federal de Juiz
de Fora (UFJF), fui um dos idealizadores do projeto “Libras e saúde: acessibilidade
no atendimento clínico", que é uma parceria entre o comitê local da International
Federation of Medical Students Associations of Brazil (IFMSA-Brazil), o Núcleo
de Estudos e Pesquisas em Educação e Diversidade (NEPED), a Faculdade de
Medicina da UFJF, da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) e o Centro de Ensino de
Cultura e Educação em Libras (Cecel). Este projeto, no início, era um curso de
extensão, nos moldes do projeto da IFMSA-Brazil "Libras em Saúde"
. No entanto, a adesão ao curso foi significativa, e ele cresceu: atualmente a
primeira turma já finalizou o módulo 3, e o módulo 1 festá na sua terceira
turma. Além disso, hoje ele transformou-se em um projeto de extensão mais
complexo, dentro do qual está contemplado o curso de Libras.
Como atividade de conclusão dos
módulos 2 e 3, cujo foco é o atendimento em saúde, os alunos (dentre os quais
eu me incluo) desenvolveram uma Ação em Saúde no dia 22 de março na Associação
dos Surdos de Juiz de Fora. Esta ação contemplava os seguintes pontos de
atendimento:· Entrevista médica
· Aferição de glicose
· Cálculo do IMC
· Exame de acuidade visual
· Aferimento da pressão arterial
· Orientações finais
A proposta era usar exclusivamente a língua de sinais como meio de comunicação. Era expressamente proibido usar o português, mesmo com aquelas pessoas que eram oralisadas. Desta forma tivemos a oportunidade de colocar em prática o que aprendemos e oferecemos aos surdos presentes a chance de serem atendidos usando a Libras.
Quais foram os resultados?
Todos se
mostraram satisfeitos com a iniciativa e apoiaram a nossa ação, que contou com
cerca de 20 pessoas surdas. Notei que os surdos, ao se comunicarem comigo,
tinham muita preocupação em sinalizar de forma mais pausada, e quando sabiam,
usavam a língua portuguesa oral. Isto provavelmente é consequência das
experiências ruins que já tiveram em consultas médicas anteriores, e o medo de
não serem compreendidos. Além disso, a prática me chamou a atenção para pequenos
detalhes que fazem toda a diferença durante uma consulta com um paciente surdo,
e que muitas vezes são negligenciados. Por exemplo, esperar o paciente acabar
de falar para depois fazer as anotações, diferente do que a maioria dos médicos
faz hoje (mal olham para o paciente durante seu relato).
E durante a ação, ouvimos várias histórias. E algumas chamaram
bastante a nossa atenção, principalmente a minha que já havia lido alguns
relatos em artigos científicos. Dentre eles, um homem, pai de família, por
volta dos seus 40 anos de idade, relatou NUNCA ter realizado qualquer tipo de
exame médico (nem mesmo um simples hemograma), por jamais ter conseguido se
comunicar com o médico. E outra história foi o relato de uma mulher, por volta
dos seus 40 anos também, relatou sofrer uma dor constante e já há algum tempo
na região dos ovários. Apesar de ter ido ao médico, ela não sabe relatar o que
tem, pois não compreendeu o que este disse. E então, ela continua sofrendo com
um problema desconhecido, podendo até ser um ovário policístico.
Em suma, esta ação me permitiu sentir na pele como é atender
um paciente surdo e ensinou-me como este atendimento deve ser feito. Além
disso, com o relato de histórias que são inaceitáveis, a meu ver, estou com mis
vontade de continuar com o projeto e expandi-lo ainda mais.
Se você possui algum relato sobre problemas durante
consultas em saúde (médico, dentista, fisioterapeuta etc) ou gostaria de deixar
sua opinião sobre a nossa cão, fique a vontade para deixar seu recado.
#Boa tarde!
ResponderExcluirSou Acadêmica de Enfermagem da UFJF do 1º Período e tenho alguma experiência com LIBRAS, não na Saúde ainda, mas gostaria de saber como faço para participar do completo aprendizado de LIBRAS na Universidade e como faço para participar dessa ação que é completamente essencial. Por favor entre em contato comigo no email: larissatereza@hotmail.com; obrigada!!