Não se deve pedir desculpas ao resto da população por ser diferente.

O combate ao preconceito está cada vez mais presente nos dias atuais. Cada vez mais as minorias estão tendo coragem de se assumirem diferentes e estão saindo em busca dos seus direitos. Acho sim que todos devam fazer isto. Todos merecem ser respeitados afinal, usando um clichê, ninguém é igual a ninguém.

No entanto, precisamos tomar cuidado, pois muitas vezes o preconceito está dentro de nós mesmos. Você não poderá exigir que as pessoas te respeitem se você mesmo não se ver como uma pessoa como as demais. Se você não se afirma, sua luta será em vão. Como uma pessoa negra pode exigir que seja respeitada por ser negra, se ela mesma tem vergonha de se assumir como tal? Não se deve pedir desculpas ao resto da população por ser diferente.


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E achei este vídeo, sensacional, no blog "Psisurdos - Psicologia da Surdez", e depois encontrei os demais no youtube, os quais formam uma seqüência de depoimentos deste rapaz.

Segue abaixo a tradução da mensagem que ele passa para as pessoas surdas (ao fazer o download as legendas sumiram). E, na verdade, ela serve para todos nós.

“Olá, Galera! Quanto tempo, hein?

Desculpa, é que estou de férias, né?

Vamos começar o Diário de Surdo!

O que vou falar é sobre “Desculpa, sou surdo”.

Vou explicar. Por exemplo, quando uma pessoa passa na rua, perguntando para um surdo: onde é essa rua?

Desculpa, sou surdo!

Beleza! Desculpa! Tchau!

Isto está certo?

Vou dizer o que aconteceu há algum tempo:

Estava num ponto de ônibus com os amigos. E eram todos surdos.

Estávamos sentados, conversando, esperando o ônibus chegar. Era madrugada.

Um carro passou naquele ponto. Tinha uma mulher e um homem – acho que era um casal. Não sei!

Então, eles perguntaram onde era uma rua.

Dissemos: desculpa, somos surdos!

Aquela mulher poderia ter pensado que estávamos fingindo.

Aí saiu dirigindo,  com um braço pra fora, acenando ***

Fiquei meio, sei lá, magoado! Mas já passou.

Sei que vocês não têm culpa! É falta de conhecimento da cultura dos surdos.

Poderiam ter pensado que estávamos fingindo ser surdos, seja o que for, mas tem que pensar antes, ter um pouco de respeito.

Sei que vocês não tem conhecimento, e não conhecem o surdo.

Mas não dá pra saber, nas ruas, entre tantas pessoas, quem é surdo.

É preciso levantar a mão pra identificar quem é surdo?

Precisamos?

Precisamos de uma placa escrita “sou surdo”?

Ah! Por favor!

Há outras maneiras de se perguntar na rua...

É só escrever num papel!

Existe celular. É só escrever no celular!

Só isso! Viu como é fácil?

Vocês têm celulares! Até eu tenho um também! É só escrever mensagem.

Só isso!

Ok!

Há falta de acessibilidade para os surdos.

Loja, banco... seja aonde for!

Ok!

Entendo que vocês falam inglês por causa dos turistas.

Até que respeito isto!

Mas cada país tem duas línguas ou mais. Em todos os lugares tem surdos

Vocês precisam aprender a falar estas línguas porque moramos aqui também.

A LIBRAS é uma destas línguas.

Vou contar umas histórias engraçadas:

Há muito tempo, estava na rua, duas pessoas vieram me perguntar sobre a rua, e disse “Desculpe, falo italiano!”.

Outra história, que paguei os dois piores micos:

Outras duas pessoas vieram me perguntar sobre a rua.

Eu disse: “Desculpe, falo francês!”.

Essas pessoas começaram a falar francês. Aff!

Falei: Espera! Sou surdo”. Terminei!

Agora, já estou indo, quero falar para a pessoa que tinha feito *** para mim:

O que você fez foi a cosia mais linda que já fizeram pra mim.

*** conheço este gesto sim. Os surdos conhecem.

Ok. Mas conhece a nossa língua? Libras? Então vou tirar a legenda e vou falar para quem não sabe libras. Ok?

Desculpa gente! Lá vai:

...

...

...

Desculpa! Sou surdo!"

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