6 de fevereiro de 2012

A felicidade está no som?


Fonte: Google

O blog “Desculpe, não ouvi” é um dos quais eu sigo. Ele é escrito pela autora Lak Lobato – veja um vídeo com o depoimento dado por ela postado algum tempo atrás aqui no blog. 

Aquele blog é claramente defensor do Implante Coclear; direcionado ao deficiente auditivo que deseja fazer parte do mundo dos ouvintes. E acompanho-o justamente para poder ver o outro lado da moeda. Preciso saber a opinião das duas partes.

Em um de seus últimos posts, fiz um comentário, o qual ela respondeu(veja aqui). E a resposta dada por ela me fez pensar: como seria o mundo se ninguém ouvisse?


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Nós já nascemos inseridos no mundo do som. Nossas relações são totalmente dependentes da comunicação oral. Por isso não sabemos como viver fora do barulho. E assim temos a percepção de que só podemos ser felizes tendo a capacidade de ouvir. Mas será isto mesmo verdade?  Nestas minhas pesquisas já encontrei pessoas surdas sinalizadas que se dizem felizes. Por que elas estariam mentindo?

Acredito que a felicidade é mais uma questão de relatividade, assim como para mim tudo é relativo. A partir do momento em que você nunca experimentou uma sensação como é que você pode sentir falta dela? O que eu posso fazer é tentar imaginar, mas se eu nunca provar não saberei se isto é bom ou ruim. E sendo assim, não serei infeliz por isto.

Sendo assim, não acho certo julgar as pessoas surdas como infelizes apenas pelo fato de não ouvirem. A surdez impõe dificuldades de comunicação, que podem ser quebradas pela língua de sinais ou pela leitura labial. No mais, qual a outra dificuldade gerada por ela? Você pode pensar na questão do preconceito, mas isto não é causado pela condição de ausência de audição, mas pela cultura da sociedade em que vivemos.

Esta questão é mais um pré-julgamento. Não devemos ter preconceito com uma pessoa pelo simples fato dela ser diferente de você.

Um comentário:

  1. Triste é saber que ainda há pessoas que fazem comentários como a senhora Lobato fez: "A LIBRAS só serve pra comunicação interpessioal, quando o IC serve pra captar milhares de milhares de informações sonoras, coisa que a LIBRAS jamais será capaz de fazer."

    Fazendo uma analogia, o que seria de nós, ouvintes, somente com as "milhares de informações sonoras"? Onde está o extremo valor de uma língua para uma comunidade, que não se limita MESMO, M-E-S-M-O, à uma simples comunicação interpessoal?

    Será mesmo que um surdo para ser feliz precisa ouvir? Como ter certeza da felicidade de alguém dependendo de algo que esta nunca viveu? Será realmente que a temática proposta é "felicidade" ou este substantivo não está mascarando uma necessidade, pela sociedade, por normalizar, o que/aquilo, que segundo esta não está normal?

    Triste ainda ter que conviver com pessoas com tal percepção!

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