28 de janeiro de 2012

Ciência e Surdez [5] - O Implante Coclear (IC)



Há pessoas com perda auditiva que desejam fazer parte do "mundo do barulho", e para isso fazem uso do Implante Coclear.
No post passado, dei um panorama básico sobre a formação e o funcionamento do sistema auditivo humano. Pois agora você têm conhecimento para compreender o funcionamento do implante coclear, o tema da publicação de hoje.


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O IMPLANTE COCLEAR


O implante coclear (IC) substitui parcialmente as funções da cóclea, transformando a energia sonora em sinais elétricos, os quais são levados até o nervo vestíbulo-coclear. O IC é composto por componentes externos (microfone, processador de fala e antena transmissora) e internos (receptor-estimulador, que inclui a antena interna, colocada cirurgicamente junto ao osso do crânio, atrás da orelha, sob a pele, e o feixe de eletrodos, posicionado dentro da cóclea) [1]. Os componentes externos são facilmente trocados em caso de problemas, já no caso de problemas internos, recomenda que sejam feitas alterações na programação a fim de desativar determinado feixe [2].
Fonte: Google.
Os sons ambientais são captados por meio do microfone direcional e enviados, por meio de um cabo, para o processador de fala, que filtra, analisa, digitaliza e converte os sons de entrada em sinais codificados. Estes são enviados, por meio de um cabo do processador de fala par a antena transmissora, que envia estes sinais para o receptor, que funciona por rádio freqüência. O receptor converte os códigos em sinais eletrônicos e os envia para o feixe de eletrodos inseridos na cóclea, os quais estimulam as fibras nervosas e os impulsos resultantes seguem pelo sistema nervoso central até os centros auditivos cerebrais para serem interpretados [1]. Os eletrodos são estimulados por frequências do som: eletrodos próximos à base da cóclea são estimulados com sinais de alta freqüência e eletrodos próximos ao ápice são estimulados com sinais de baixa freqüência [2] .

A indicação para a realização do IC não é para todas as pessoas com deficiência auditiva. Para isso é preciso passar por uma triagem realizada por uma equipe multiprofissional formada por médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, psicólogos e assistentes sociais. Não há consenso quanto à idade mínima indicada para a cirurgia, mas segundo a literatura publicada seria entre 12 e 18 meses de vida após o nascimento, e para se obter resultados satisfatórios um máximo de 6 anos de idade – no entanto há consenso de que o implante deve ser feito o mais cedo possível. E devem ser indivíduos portadores de perda auditiva neurossensorial bilateral de grau severo e/ou profundo e com grande dificuldade na discriminação vocal, que não se beneficiam com aparelhos amplificadores. Geralmente nestes casos de surdez há uma grande diminuição no número de células ciliadas, ocorrendo uma separação entre o sistema auditivo periférico e central[2]. E em relação aos aparelhos de amplificação, a vantagem do IC é que ele fornece acesso a informações em freqüências altas [estudo longitudinal...].

Antes de fazer essa pesquisa, não imaginava a forma como era feito o implante - como o dispositivo era implantado. A imagem que ilustra isto me chamou bastante atenção. 

Na próxima aplicação veremos o que as pesquisas mostram a respeito do desempenho do IC e o desenvolvimento das pessoas que o realizaram.

Continue acompanhando...

REFERÊNCIAS
1- SILVA, Rafaela Carolina Lopez  and  ARAUJO, Samantha Gomes. Os resultados do implante coclear em crianças portadoras de Neuropatia Auditiva: revisão de literatura. Rev. soc. bras. fonoaudiol. [online]. 2007, vol.12, n.3, pp. 252-257. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342007000300014
2- RIZZI, Flávia M. de L.  and  BEVILACQUA, Maria C.. Efeitos do número e localização dos eletrodos na cóclea na percepção da fala de indivíduos pós-linguais implantados. Rev. Bras. Otorrinolaringol. [online]. 2003, vol.69, n.3, pp. 364-369. ISSN 0034-7299.  http://dx.doi.org/10.1590/S0034-72992003000300011. 
3- QUEIROZ, Carla Aparecida de Urzedo FortunatoBEVILACQUA, Maria Cecília and  COSTA, Maria da Piedade Resende daEstudo longitudinal da compreensão verbal de crianças usuárias de implante coclear. Rev. CEFAC [online]. 2010, vol.12, n.2, pp. 210-215. ISSN 1516-1846.  http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462010000200006.

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