10 de janeiro de 2012

PROJETO "LIBRAS em Saúde": acessibilidade no atendimento clínico

Como citado no post “Motivação”, o gatilho de disparo do meu interesse pelo mundo dos surdos foi o projeto “LIBRAS em saúde”, proposto pela ONG International Federation of Medical Students Association of Brazil (IFMSA-Brazil), da qual faço parte. E após implementar o curso na minha faculdade na Universidade de Juiz de Fora, fui indicado como coordenador Nacional do referido projeto. Sendo assim, não vejo oportunidade melhor para divulgá-lo e explicá-lo a vocês.


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Texto (parte dele) escrito por mim, sobre o “LIBRAS e Saúde” para a revista de projetos do PAMSA (Pan American Medical Sudents' Association) - Associação Pan-americana da IFMSA.

Alguns comitês locais brasileiros, perceberam a deficiência dos cursos de graduação na abordagem do paciente surdo e sentiram a necessidade de atuarem a fim de sanar este problema. Com isso, foi iniciado no ano de 2010 o projeto “LIBRAS e Saúde” do SCOME-Brasil. Este é baseado no projeto transnacional “Breaking the Silence”. Com o sucesso das primeiras experiências realizadas, vários outros comitês locais demonstraram interesse e já estão iniciando suas atividades, e hoje, esse é o maior projeto em expansão do SCOME brasileiro.

O projeto brasileiro possui como objetivos o ensino do conhecimento básico da língua brasileira de sinais, além de despertar o interesse dos participantes em buscar um aprofundamento neste conhecimento em escolas especializadas, visto que o ideal para se aprender a LIBRAS é uma carga horária mínima de 120 horas. Objetiva também o cumprimento das leis citadas anteriormente e a promoção do atendimento de qualidade do paciente surdo e do deficiente auditivo. Procura-se abordar também a cultura e a identidade da comunidade surda, a fim de acabar com preconceitos e inserir o aluno no universo deste tipo de paciente. Sendo assim, os cursos possuem tanto aulas teóricas quanto práticas. Percebendo a importância desse projeto, em muitos comitês, o público alvo foi, além dos estudantes de medicina, profissionais dos hospitais universitários, e até mesmo alunos de outros cursos da área da saúde, ajudando assim na disseminação do conhecimento da LIBRAS. Em média, os cursos possuem uma carga horária total de 30 horas, ocorrendo aulas semanais com duração de uma hora e meia a duas horas. E todos eles foram ministrados por profissionais capacitados no ensino de LIBRAS. A fim de permitir o contato direto com o surdo, todos os cursos, procuraram de alguma forma promover o encontro dos alunos com portadores de deficiência auditiva, seja através de depoimentos durante as aulas, ou até mesmo contratando professores surdos para ministrarem as aulas.

Em todas as faculdades onde o projeto foi realizado obteve-se uma grande aceitação dos acadêmicos, o que levou os comitês locais a realizarem outras edições. O que leva a perceber que o próprio estudante de medicina tem consciência da importância desta iniciativa.


Projeto na Faculdade de Medicina de Marília - SP
 Aula inaugural do curso na Universidade Federal de Juiz de Fora - MG
Turma do projeto na Universidade Federal de Juiz de Fora

Hoje, como o coordenador do "LIBRAS em Saúde", desejo que outras faculdades de medicina, afiliadas ou não à IFMSA-Brazil, se inspirem no nosso projeto, e nos ajude a difundir a língua de sinais e promover o atendimento clínico de qualidade ao paciente surdo. 


VOCÊ FAZ OU FEZ ALGUM CURSO DE LÍNGUA DE SINAIS? SUA FACULDADE OFERECE ESSA DISCIPLINA? VOCÊ JULGA NECESSÁRIO? DEIXE SUA RESPOSTAS....




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2 comentários:

  1. Belo texto sobre um belo trabalho.

    O Projeto LIBRAS em Saúde é uma de nossas ações de maior visibilidade e de maior impacto na vida do estudante de medicina. Que orgulho vê-lo crescer!

    Espero que neste ano ainda mais faculdades de medicina façam parte do Projeto, de modo a facilitar a vida dos surdos deste país.

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  2. Gostaria de praabenizar por esse lindo trabalho tão importante para a mudança da atuação situação que o deficiente surdo esta colocado na nossa sociedade brasileira. Esse projeto deveria estar em todas as universidades publicas e privadas.

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